sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Quem sou como professor e aprendiz?

 
Ilustração de um professor e aprendizes na corda bamba! Fonte: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1053

          O professor possui vários obstáculos para exercer a profissão com sucesso, esquecendo, ás vezes, que já foi e nunca deixou de ser um aprendiz ávido por conhecimento e indisposto nas horas vagas. Ao iniciar na profissão, o professor está repleto de esperança. Ensinará corretamente? Mudará a vida de alguém? Várias vidas dependerão das decisões de aprovação ou não do mestre? Estarei sempre certo? Deixarei de ser um aprendiz?
           Essas dúvidas vão reduzindo ao longo do tempo. Sendo substituídas por verdades absolutas, tais como: “Já estou com a vida ganha, o aluno que deve ganhar a dele!”, “os alunos tais não querem nada com nada!” e “me mato ensinando e ninguém aprende!”. Ficando para trás o jovem esperançoso e bem disposto, que iria mudar o mundo.
            Estudos como os da professora Maria Salgado demonstram que a falta de plano de carreira, condições estruturais e formações mínimas contribuem para as faltas de espectativas dos docentes. Tal situação direciona o mestre para concepções que o ignoram como aprendiz, ou seja, o professor desiste de buscar aperfeiçoamento (situação de aprendiz) para ser apenas o educador.
             Juan Pozo, em seu artigo “A sociedade da aprendizagem e o desafio de converter informação em conhecimento”, reforça que a aprendizagem e o ensino fazem parte do mesmo contexto, sendo inseparáveis. Entretanto, é fácil esquecer que nunca se deixa de ser aprendiz e que não é preciso muito para ser mestre.
             Ter curiosidade. Estar atento. Utilizar os recursos que estão ao seu favor. Saber reconhecer que está errado. Esse é o aprendiz. Aceitar e utilizar o novo, como disse a prof.ª Beth Almeida em sua entrevista sobre “Tecnologias trazem o mundo para a escola.”
            Dessa forma, como separar o mestre do aprendiz, uma vez que os dois têm dúvidas e indecisões? Reconhecer que todo mestre é um aprendiz e vice-versa permite uma convivência pacífica desses dois tipos de pessoas que existem dentro de mim. Como sou como professor? Pergunte a um aluno meu. Como sou como aprendiz? Pergunte a um aluno meu. Certamente obterá respostas como: “ele é carrancudo!”, “ele fala muito!”, “ele explica bem”, “eu não gosto dele”, “ele escuta”, “ele aprende rápido” ou “ele sabe interpretar o que falo!”.
           Como professor, quero sempre aprender para depois poder ensinar e, nesse meio tempo, ficar com preguiça e esquecer as responsabilidades, como um bom aprendiz que deve considerar que os ócios momentâneos contribuem para expansão da mente

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Adorável ilustração, você é um excelente
    professor! Belo texto em um hipertexto!
    parabéns!

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